O Portal Fala teve acesso ao relatório de 212 páginas do DEINTER-6 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior 6), que norteou os pedidos de busca e apreensão realizadas na última semana que atingiram endereços de Pacaembu. No extenso relatório, as autoridades policiais alegaram que mesmo após a deflagração da Operação Raio-X, de âmbito nacional, a Organização Criminosa que gerenciava a OS Santa Casa de Pacaembu continuou sua atuação, inclusive, na tentativa de ocultar documentos e atrapalhar as investigações.
Segundo os delegados de polícia que fizeram o pedido de buscas, “mesmo diante da grandiosa operação, membros da organização criminosa não se intimidaram e de forma desafiadora, continuaram a atuar no seio da Organização Criminosa“. A referida denúncia diz respeito apenas às unidades da cidade de Santos, e apontam que membros da OSS Pacaembu, nos meses de novembro e dezembro de 2020, teriam retirado documentos do AME de Santos e do PAI (Polo de Atenção Intensiva) da Baixada Santista, com intenção de dificultar investigações.
Para a polícia, os membros da organização criminosa tinham plena consciência de que a prova documental, cuja guarda e armazenamento digital não eram completos, poderiam ensejar o aprofundamento das diligências e a responsabilização de outros membros da referida organização, bem por isso se apressaram para obter a retirada desses documentos, colocando-os fora do alcance dos órgãos de fiscalização e controle.
As buscas realizadas na última semana nos endereços de Pacaembu, inclusive na sede da OS Santa Casa de Misericórdia, foram na tentativa de encontrar tais documentos, tidos pela polícia como de gigantesca importância.
As investigações que tratam deste assunto tramitam em segredo de justiça e ainda deverão ter novos desdobramentos e elucidações.